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domingo, 13 de fevereiro de 2011

1. Perdas auditivas:
Geralmente associamos perdas auditivas a pessoas com idade avançada. No entanto, apesar do factor idade ser importante, existem muitas outras causas para além do próprio processo natural de envelhecimento, tais como factores hereditários e/ou patológicos, ou perdas devidas à exposição prolongada a níveis de intensidades sonoras acima das recomendadas. As perdas devidas ao processo de envelhecimento natural costumam designar-se porpresbicusia e resultam da morte gradual de células ciliadas ao longo da vida. Normalmente classificam-se as perdas auditivas nas duas seguintes categorias:
  • Perdas condutivas: causadas por uma diminuição da transmissão de energia sonora entre o ouvido externo e o ouvido interno. Este tipo de perdas pode ser provocado por defeitos ou bloqueios na estrutura anatómica do ouvido, por excesso ou falta de pressão no ouvido médio ou por articulações duras ou deslocadas nos ossículos que os impedem de vibrar livremente. Muitas vezes, este tipo de perdas pode ser revertido recorrendo a intervenções cirúrgicas, medicação ou aparelhos auditivos;
  • Perdas sensoriais: causadas pela deterioração das células ciliadas internas, na cóclea, e/ou no nervo auditivo, o que impede a condução de impulsos nervosos do ouvido interno até ao cérebro. Este tipo de perda auditiva pode ser consequência de síndromes genéticas ou de comportamentos incorrectos durante a gravidez, tais como o consumo de álcool ou drogas. Pode também, muitas vezes, ser corrigido utilizando aparelhos auditivos. Perdas sensoriais revelam-se também como resultado de exposições prolongadas a níveis de intensidade sonora elevada (trauma acústico), níveis esses que geralmente podem e devem ser evitados! O termo trauma acústico é também utilizado para referir exposições curtas mas de intensidade muito violenta para o ouvido, tendo também como consequência perdas sensoriais. Algumas infecções graves como o sarampo, a parotidite, a meningite e a coqueluche podem também causar este tipo de perdas!
As perdas auditivas podem também ser classificadas pelo seu grau de gravidade em perdas mínimas, suaves,moderadasseveras e profundas. O grau de severidade é determinado pelo nível de intensidade sonora que alguém pode ouvir sem a ajuda de uma aparelho auditivo.
  • Perdas mínimas: estas pessoas têm poucas dificuldades em ouvir pois a mais baixa intensidade que percebem é da ordem dos 11dB. Uma pessoa normal consegue ouvir intensidade sonoras a partir dos 0dB;
  • Perdas suaves: pessoas com perdas suaves conseguem ouvir intensidades sonoras de 20 a 40 dB ou mais elevadas. Estas pessoas têm dificuldades em perceber voz distante;
  • Perdas moderadas: pessoas com este tipo de perdas conseguem ouvir sons a partir de 45dB. Isto significa que é difícil para estas pessoas ouvir alguém a falar e entender conversas em grupo;
  • Perdas severas: quem sofre de perdas severas consegue apenas ouvir sons de intensidade superior a 65 dB. Estas pessoas conseguem apenas ouvir alguém a falar alto a distâncias muito pequenas, para além de perceberem sons de intensidade elevada no ambiente que as envolve;
  • Perdas profundas:as intensidade de som que alguém que sofre deste tipo de perdas ouve são sempre superiores a 90 dB. O termo surdo aplica-se normalmente a pessoas que sofrem perdas deste grau ou pessoas que não ouvem absolutamente nada!
Quando nascemos temos aproximadamente 40000 células ciliadas, número este que vai diminuindo à medida que envelhecemos. O processo de envelhecimento afecta sobretudo a sensibilidade a frequências superiores a 1000Hz. Note-se que, por exemplo, à idade de 70 anos, a perda à frequência de 4000Hz atinge 60dB. É claro que estes valores são uma média, podendo verificar-se tanto situações não tão dramáticas como situações muito piores. Este cenário, ao qual não podemos escapar, poderá ser agravado caso não respeitemos as recomendações quanto aos limites máximos de exposição à poluição sonora. Esses limites podem ser consultados na tabela seguinte:

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